Você investiria na Coreia do Norte? – ARGUTIA #20

Argutia – Empreendedorismo, Negócios e Carreira

22 de junho de 2018

Após o encontro entre Donald Trump e Kim Jong-Un, muito tem sido falado sobre oportunidades de negócios na Coreia do Norte. A situação entre os dois países ainda não está clara, mas empresas americanas já estudam a possibilidade de investir no regime socialista.  Algumas tímidas mudanças têm sido observadas. Recentemente, por exemplo, a Coreia do Norte permitiu que cidadãos estudassem empreendedorismo, apesar do aparente conflito com as práticas socialistas.

Mas alguma empresa se arriscaria a colocar dinheiro na economia norte-coreana? Surpreendentemente sim. Com diversas reservas naturais e um mercado com grande potencial, algumas empresas já dão indícios que estariam dispostas a arriscarem o investimento, mesmo com a insegurança política.

“Pense no país com uma perspectiva de investimento imobiliário” – Donald Trump

Como é conversar com um robô? A IBM organizou dois debates entre humanos e o “Project Debater”, um computador com inteligência artificial. Cada lado recebia um tópico aleatório e tinha 4 minutos para introduzi-lo livremente, recebendo uma réplica do lado oposto. O Project Debater citou fontes, contou piadas e ainda considerou a afinidade da audiência por crianças e veteranos para compor seus argumentos.

Por falar em IA, a equipe médica do Google começou a treinar seu sistema que avalia o risco de morte entre pacientes de hospitais, o que trará uma previsão mais precisa que as das ferramentas existentes. A ideia inicialmente não é achar curas para essas situações, mas a partir daí, a empresa quer prever não somente o risco de morte, mas também sintomas e doenças.

A Bird se tornou a startup que alcançou mais rapidamente a valoração de US$ 1 bilhão. Fundada em setembro de 2017, a empresa está se destacando nas ruas americanas com seus scooters elétricos. Para uma comparação, a Airbnb demorou 3 anos para alcançar a marca.

Quanto custa seu outfit? A Supreme, uma grife de skatistas de NY, já vale US$ 1 bilhão com apenas 11 lojas e virou um fenômeno. A título de comparação, a Abercrombie & Fitch, por exemplo, tem 900 lojas e vale US$ 1,8 bilhão. A Supreme foi fundada em 1994 por James Jebbia, um americano que cresceu na Inglaterra e curiosamente nunca andou de skate.

Disney x Comcast. A 21st Century Fox aceitou a nova proposta de compra da Disney, que teria aumentado o valor oferecido para US$ US$ 71.3 bilhões, após ameaça da Comcast. A proposta anterior da Disney tinha sido de US$ 52,4 bilhões. A empresa ainda estaria próxima de aprovar o projeto com a Lei Antitruste, que regulamenta empresas nos EUA para promover uma concorrência leal. Ela teria concordado em vender alguns ativos para evitar problemas de concorrência.

Catapulta espacial. Alphabet, Airbus e Kleiner Perkins investiram US$ 40 milhões na SpinLaunch, uma startup do Vale do Silício que está construindo uma máquina para catapultar objetos para o espaço. Em vez de usar querosene e oxigênio líquido como propulsor, a ideia é girar o foguete a 8000km/h e lançá-lo à órbita.

A cidade de NY começa a se preocupar com o crescimento do Uber, à medida que o número de veículos de apps de transporte já ultrapassa números alarmantes. Hoje são 80 mil, com 2 mil novos motoristas sendo adicionados todos os meses na cidade. Além disso, o suicídio de 6 taxistas e os congestionamentos constantes fazem a prefeitura acompanhar o caso de perto.

O Walmex contratou o CEO do Mercado Livre mexicano para liderar sua operação online. A subsidiária do Walmart no México sofre para aumentar sua participação nas vendas online e vê a Amazon aumentar a pressão. Num país onde mais da metade da população adulta não tem cartão de crédito, o grande diferencial da Amazon foi ter lançado uma plataforma de pagamento em dinheiro que permite com que os consumidores carreguem suas contas fazendo depósitos nas lojas da 7-Eleven.

As ações da PagSeguro sofreram uma grande queda em NY, seguindo o anúncio de um follow-on “surpresa”. A venda de ações por parte dos controladores cinco meses após o IPO e uma nova oferta primária para reforçar o caixa aumentaram os temores de que a competição pode estar mais acirrada do que o esperado e colocaram em xeque as vantagens competitivas da companhia.

O Cubo Itaú fechou parceria com a Kroton, que será a responsável por um andar voltado à educação, a ser inaugurado no início do segundo semestre, dedicado ao fomento de edtechs. A conexão entre as instituições dá origem ao Cubo Education, selo que agrega ainda mais valor e conhecimento tecnológico ao desenvolvimento da educação no Brasil.

Acusada de sonegar R$ 4 bilhões em impostos, e com suas contas bloqueadas, a Dolly fechou sua fábrica em Tatuí (SP), demitindo 700 funcionários. Outras unidades da empresa também estão sentindo os efeitos do bloqueio. Laerte Codonho, o dono, diz ser perseguido por um complô formado entre a procuradoria e a Coca-Cola.

O Copom manteve a taxa de juros em 6,5% ao ano pela segunda vez seguida. Em comunicado, o BC afirmou que a decisão se deve à perspectiva de que a meta de inflação para este ano será cumprida, apesar de volatilidade no mercado e alta de preços provocada por greve dos caminhoneiros.
A reunião da Opep de hoje está marcada por incerteza e divisões. Por um lado, Irã e Venezuela querem continuar se beneficiando dos altos preços gerados pela redução da produção. Do outro, Arábia Saudita e Rússia pretendem ampliar a produção e evitar perda de mais espaço para os EUA. O mercado está nervoso com a indecisão e o petróleo fechou em baixa na expectativa pela reunião.

Pela primeira vez no Reino Unido pagamentos eletrônicos com cartão de débito superaram os com dinheiro físico. Consumidores fizeram 13,2 bilhões de pagamentos via débito e 13,1 bilhões usando dinheiro em 2017. Nos próximos 10 anos, pagamentos em débito no país devem crescer 50%.

O Instagram lançou o IGTV, um aplicativo para vídeos mais longos em formato vertical e que também terá uma aba no seu app. O objetivo é concorrer com o Youtube, tornando mais fácil encontrar vídeos através de dispositivos móveis. A empresa ultrapassou na semana a barreira de 1 bilhão de usuários ativos.

Já o Facebook lançou a possibilidade de criar grupos com cobrança de assinatura mensal. Ainda está em fase de testes e não está aberto ao público geral.

40% dos usuários deletaram pelo menos uma das suas contas em redes sociais no ano passado. Uma pesquisa da Edelman revelou que, por medo de invasão de privacidade e falta de confiança, muitas pessoas estão abandonando as redes. Na média, 70% dos participantes acreditam que anunciantes devem pressionar os sites a combaterem fake news e remove conteúdos ofensivos. Além disso, 48% culpam as marcas que aparecem em conteúdos violentos.

Sucesso em países da Ásia, o Café Snoopy chega ao Brasil e conquista público antes mesmo de abrir. Com uma loja temática em São Paulo, a ideia é fazer uma imersão num universo lúdico através de um simples encontro para tomar um café. A novidade já conquistou diversas pessoas que souberam da estreia antes mesmo da cafeteria abrir as portas. As decorações dos pratos são o ponto alto da casa.




Análise da semana

Na ponta do lápis, a Coreia do Norte tem algumas características atraentes para empresas estrangeiras, sendo a principal delas a localização. Está localizada no meio de uma rica cadeia de fornecimento na Ásia, que inclui China, Coreia do Sul e Japão.

Sua economia também tem um grande potencial. Especialistas afirmam que o país se encontra hoje onde a China se encontrava na década de 1980. Se for verdade, é um bom sinal. Nesses últimos 40 anos, o PIB chinês cresceu mais de 50 vezes, se tornando o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos EUA e da União Europeia.

Apesar de empobrecida, a população norte-coreana é razoavelmente educada e certamente os custos trabalhistas por lá seriam baixos. Mas existe um grande problema: a incerteza do governo controlado com a mão pesada de Kim. E onde há incerteza, investidores pensam duas – ou três – vezes antes de colocar dinheiro.

Em 1998, a Hyundai começou a operar um resort na Coreia do Norte para turistas da Coreia do Sul. Ao longo de 10 anos, o complexo atraiu 2 milhões de visitantes, até que um deles foi morto por um guarda norte-coreano. O projeto foi confiscado por Pyongyang e a empresa perdeu seu acesso ao país. A Suécia, por sua vez, espera o pagamento de mil Volvos exportados na década de 70.

Vale lembrar que áreas de risco, embora sejam ambientes hostis para negócios, nunca impediram investimentos estrangeiros. A seu favor, sua principal aliada, a China, poderia interceder nas negociações e liderar o processo de transformação, garantindo um ambiente de (maior) segurança para empresários. Mas é sabido que o país não tem interesse nenhum em ver americanos por aquelas bandas.

De qualquer forma, o exemplo chinês mostra o poder do comércio no desenvolvimento das nações. E você, investiria no país? Participe da enquete.

Ainda nessa semana, nota-se a discrepância na parcela de pessoas que usam pagamentos eletrônicos do Reino Unido e México. Enquanto o primeiro está caminhando para se tornar uma sociedade cash-free (como a Suécia e Noruega), o segundo ainda pena para alavancar o e-commerce, modalidade que tem crescido mundialmente, já que as pessoas ainda não têm acesso a cartão de crédito.

No Brasil, em torno de 75% das pessoas já possuem cartões de crédito, mas nem todas têm conta bancária (estima-se que 32% dos adultos ainda não tenham uma conta). E por aqui temos algo mais grave: mais de 2/3 dos usuários de cartão não têm controle ou não sabem que pagam mais de 200% a.a. em juros rotativos quando deixam de pagar a conta.

A tendência para a migração do dinheiro para meios eletrônicas é incontestável. Mas em países emergentes ainda haverá muita dificuldade no caminho.

— Daniel Scott

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