Starbucks decreta fim dos canudos de plástico – ARGUTIA #23

Argutia – Empreendedorismo, Negócios e Carreira

13 de julho de 2018

Mais de 800 criptomoedas morreram nos últimos 18 meses, enquanto o bitcoin já vale 30% do valor máximo, atingido em dezembro passado. A situação já vem sendo comparada à bolha das empresas pontocom nos anos 2000. Em 2017, empresas levantaram US$ 3,8 bilhões em ICOs. Em 2018, até agora, o valor já subiu para US$ 11,9 bilhões, entretanto centenas desses projetos não vingaram, já que muitos eram golpes, brincadeiras ou simplesmente não se materializaram.

Starbucks decreta fim dos canudos de plástico.  A empresa deverá substituir os canudos por materiais alternativos e menos poluentes em todas as suas lojas globalmente até 2020. Espera-se que mais de 1 bilhão de canudosdeixem de ser usados anualmente. A pressão pelo fim do uso de apetrechos plásticos tem vindo de todos os lados. Um grupo de investidores que controla mais de US$ 1 trilhão exigiu que empresas como Nestlé e PepsiCo reduzam o uso geral de plástico.

Loja física, mas digital. A Nike lançou uma loja nos EUA que usa dados de compras online para controlar seus estoques, adaptando-se para as preferências dos clientes locais. Muitas dessas informações são coletadas de clientes que usavam os serviços on-line da Nike. É possível também usar um app para saber mais informação sobre os produtos, como tamanhos e cores disponíveis. Por fim, parte do estoque será renovada a cada 2 semanas, para trazer itens novos e únicos.

A guerra de tarifas EUA x China já está fazendo as primeiras vítimas.Uma delas é a Tesla, que precisou subir o preço dos seus carros no país asiático em 20%. Em maio, a empresa tinha anunciado uma redução dos preços que aconteceria no começo de julho, mas acabou não se concretizando. Aproximadamente 1/5 da receita global da Tesla vem da China.

Como alternativa, a empresa assinou um contrato para construção de uma fábrica própria em Xangai. A construção deve começar assim que conseguir as aprovações necessárias, e a partir daí deverá demorar dois anos para começar a produzir carros no país, e mais três anos para atingir a capacidade de 500 mil carros

Por sinal, o tempo passa, as promessas aumentam, mas a Tesla ainda não deu sinais de como levantará os US$ 3 bilhões necessários para o começo do ano que vem.

Ainda na China, a Xiaomi estreou para a bolsa de Hong Kong, em uma das ofertas públicas mais esperadas de 2018. O IPO levantou US$ 4,7 bilhões, valorando a empresa em cerca de US$ 54 bilhões. A empresa tem uma grande base de clientes engajados, conhecida como “Mi Fans”. São mais de 1,4 milhão de usuários com mais de cinco produtos Xiaomi conectados. Entretanto, o IPO não agradou o mercado, já que a empresa deveria ser valorada em US$ 100 bilhões.

Ainda sobre o país, a Pinduoduo solicitou um IPO nos EUA, com o objetivo de levantar até US$ 1 bilhão. Lançada em 2016 e, mais recentemente, avaliada em US$ 15 bilhões, a empresa se tornou um dos principais players de e-commerce na China em menos de três anos. Ela tem atualmente US$ 30 bilhões em volume anual de mercadorias brutas e 300 milhões de consumidores ativos.

A JetBlue, maior cliente da Embraer, acaba de anunciar que substituirá toda sua frota de E190s pelos A220-300 da Airbus. A ordem totaliza 60 jatos, avaliados em US$ 5,4 bilhões, e mostra que a Airbus está atacando clientes da Embraer num momento de indefinição para a companhia brasileira.

Para Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, a Embraer “não vai valer muita coisa” em alguns anos se a empresa não fizer uma aliança com a Boeing.

Segundo o Ministério da Fazenda, o Bradesco teria tentado usar o Judiciário de má fé, numa tentativa de impor custos à fintech GuiaBolso, além de prejudicar seus próprios clientes. Segundo o documento: o Bradesco priorizou “estratégias de elevação de custo do rival, mesmo quando implicassem a redução da segurança do cliente bancário que deveria proteger”.

A Movile anunciou novo aporte de capital de US$ 124 milhões, valor que deverá ser utilizado para a expansão de várias empresas do grupo, incluindo a Zoop e a Sympla. Além disso a empresa, que é uma dos líderes globais de Marketplaces móveis, deseja expandir os negócios do iFood com um investimento em logística. Desde sua fundação, a Movile já captou mais de US$375 milhões.

A XP Investimentos começou a oferecer pesquisa sobre empresaspara qualquer investidor interessado – incluindo seus mais de 550 mil clientes pessoas físicas – entrando num mercado até agora dominado por empresas independentes como Empiricus, Eleven Financial e Suno Research. Ao contrário destas casas, cujo retorno vem de assinaturas pagas, a XP está focada em gerar novos negócios e atrair novos clientes e não planeja cobrar pelo conteúdo.

Empréstimos pessoais atingiram um número recorde nos EUA em 2018, atingindo US$ 120 bilhões no primeiro trimestre. A novidade é o crescimento dos empréstimos online. Fintechs representaram 36% do total em 2017, enquanto em 2010 eram apenas 1%.

Para a OCDE, grandes economias emergentes sofrerão mais do que os países desenvolvidos se as tarifas de comércio retornarem aos níveis de 1990. A estimativa é de que as tarifas de importação mais altas vão gradualmente tirar meio ponto percentual do crescimento real do PIB global. Países como Brasil, Rússia e China poderiam esperar uma perda de 18% do PIB real per capita até 2060.




Análise da semana

Empréstimos pessoais existem desde que existe dinheiro, mas a grande revolução trazida pelas fintechs do setor foi a eficiência dos processos. Enquanto os dinossauricos bancos se acomodaram com seu secular reinado, essas startups vieram comendo pelas beiradas, trazendo modernidade e inovação para o mercado.

Mas esse oba-oba tem um risco. O crescimento acelerado dos empréstimos possibilitados por essas startups, aliado ao aumento recente dos juros americanos, pode ser uma receita perfeita para o fracasso, algo que já vimos no período que antecedeu a crise de 2008. Bom lembrar que as dívidas domésticas americanas atingem máxima acima de máxima, e não mostram sinal de melhora no curto prazo.

Por falar em fracasso, já começam as dúvidas sobre a sustentabilidade do boom tecnológico chinês, que já alçou o país a uma potência no setor, equiparável ao Vale do Silício em termos de dinheiro arrecadado. Algumas empresas, por exemplo, já afirmam que está mais difícil conseguir novos empréstimos.

Ao mesmo tempo, a guerra tarifária com os EUA atingiu em cheio a bolsa chinesa, que agora se encontra no mesmo nível de 2007. Entretanto, as chances de colapso no curto prazo são baixas, já que o governo local tem uma grande reserva monetária para uma eventual crise.

Por fim, vale destacar a questão das criptomoedas, que até alguns meses atrás eram a bola da vez, mas agora frearam totalmente seu crescimento. Os indícios da bolha do bitcoin, que atingiu 20 mil dólares, se mostraram procedentes, e a moeda recuou 70%. Milhares de usuários, que sequer sabiam como usar a moeda, entraram na onda para especular e viram parte do seu patrimônio desmoronar.

Em muitas outras moedas, a situação foi ainda pior. Segundo pesquisa do Satis Group, 81% dos lançamentos de moeda com valoração de mercado acima de $50 milhões eram golpes, e apenas 4% deram certo.

Isso significa que criptomoedas são inúteis? Não, pelo contrário. Há grandes chances de elas estarem nosso futuro algum dia. Inclusive, já são o presente para muita gente. Mas é necessária mais atenção na hora de se investir, principalmente quando não se conhece o assunto. E, talvez, essa volatilidade seja simplesmente parte do processo de adaptação de uma nova tecnologia desse porte.

— Daniel Scott

 Para ler e assistir

 

RECEBA O ARGUTIA TODA 6ª EM SEU EMAIL

PERDEU ALGUMA EDIÇÃO ANTERIOR?




Os comentários estão encerrados.