Você certamente já ouviu falar do Pokémon Go, ainda que tenha achado que já não existia mais há uma década. O jogo – franquia da Nintendo – virou um fenômeno global. No Brasil, muitos mal podem esperar para jogar, enquanto que outros ainda estão com bastante preconceito.
“Especialistas em tecnologia afirmaram que a dona do jogo poderia livre acesso à conta Google dos usuários”
Eu era um desses últimos, mas, após jogar um pouco, posso dizer: se você tem preconceito, reconsidere. Não só é uma ótima forma de entretenimento, como também pode ensinar muito sobre empreendedorismo.
A novidade já é algo muito grande, e está prestes a mudar a forma com a qual interagimos e utilizamos a tecnologia. Mas, ao mesmo tempo, pode ter consequências muito negativas para os usuários.
Para se ter uma noção, 5% da população americana já baixou o app. Levando-se em consideração que 36% da população não está na idade ativa, temos que aproximadamente 1 em cada 10 pessoas na idade ativa nos EUA já instalaram o jogo em seu Smartphone. Um número incrível, e que cresce a cada dia!
Em apenar uma semana, o Pokémon Go já tinha mais usuários ativos que o Twitter, mais usuários totais que o Tinder e mais tempo gasto no total do que no Pornhub! E olha que só abriram o jogo para alguns poucos países do mundo.
O sucesso foi tão grande que a empresa T-Mobile passou a fornecer dados ilimitados para os clientes que estiverem usando o app Pokémon Go, até agosto de 2017.
Apesar do jogo ter literalmente explodido no dia do lançamento, o sucesso dele não foi da noite para o dia. Foram necessários 20 anos de mercado, construindo uma enorme base de fãs leais e uma forte comunidade de jogadores apaixonados. Esse trabalho é fruto de um processo evolutivo que passou por incontáveis profissionais desenvolvedores e usuários.
A franquia do Pokémon soube fazer algo que todas as empresas devem aprender – criar uma relação de lealdade com seus clientes e usuários. E essa é uma grande lição que fica: uma empresa deve sempre gerar algo surpreendente para o cliente e fazer com que eles virem seus fãs.
Pode não parecer, mas o Pokémon GO não criou nenhuma tecnologia nova. Pelo contrário, usou uma que já existia há muito tempo, mas ainda não sabiam como aproveitá-la, e criou uma experiência totalmente inovadora.
A realidade virtual e aumentada, a geolocalização e Smartphones eram elementos que já estavam aí dando sopa, e ainda não tinham sido unidos de forma a gerar valor para as pessoas. E isso é exatamente o que um bom empreendedor faz, ou seja, organiza coisas já existentes, de uma forma mais eficiente, com o objetivo de agregar valor para as pessoas.
A franquia tem sempre inovado ao longo desses 20 anos, constantemente buscando novas formas de entretenimento. Nos anos 90, por exemplo, foram pioneiros no uso do infravermelho do gameboy para troca de Pokémons entre amigos.
Pequenos negócios podem se dar muito bem com a moda, se souberem aproveitar. Alguns comércios locais já estão criando PokeStops e PokeGyms em suas dependências, aumentando a movimentação de clientes, que vão lá travar batalhas Pokémon, e acabam consumindo seus produtos.
Nos EUA, empresas já organizam tours para ajudar os fãs a capturarem os Pokémons pela cidade.
As oportunidades geradas são enormes e ainda há muito a ser descoberto pela frente. Quem for criativo vai conseguir tirar bastante proveito com essa onda no Brasil.
Entretanto, como nada que faz um sucesso como esse está livre, o jogo foi alvo de uma polêmica enorme. Alguns especialistas em tecnologia afirmaram que a empresa dona do jogo poderia ler os emails pessoais dos usuários, tendo acesso livre a toda às suas contas Google.
Após muita discussão e especulação, chegou-se a um consenso de que, embora fosse verdade, isso era resultado de um erro, não má intenção por parte da empresa.
Basicamente, o que houve foi que a empresa que criou o jogo – a Niantic Labs – foi desenvolvida por ex-funcionários do Google. Ao usarem o sistema de permissões para acessar o jogo com sua conta Google, eles usaram um sistema diferente do que é usado por qualquer outro site ou aplicativo. Com isso, eles poderiam converter o acesso dado pela sua conta Google em um acesso geral, podendo acessar tudo na conta Google do usuário.
A empresa Niantic Labs não estava acessando as contas das pessoas, mas eles de fato poderiam ter acesso se quisessem. E, apesar de que isso provavelmente foi fruto de um erro de alguns programadores, é um fato grave, em especial devido ao número de pessoas que acessaram o jogo com sua informações pessoais.
Pense que os dados de milhões e milhões de pessoas estão nas mãos de uma pequena startup que agora é alvo dos maiores hackers internacionais, além de governos e quaisquer pessoas ou empresas que gostariam de ter acesso a esses dados. Pois é, assustador!
O lançamento do jogo ainda é uma incógnita em alguns países, entre eles o Brasil. O CEO da Niantic, John Hanke, em recente entrevista disse que os brasileiros podem ter que esperar até 2 meses para poder instalar o app.
Problemas de regulação e quantidades de servidores disponíveis podem gerar esse atraso. Há alternativas para baixar o app aqui no país – como eu fiz – porém, é apenas uma versão preliminar e não conta com o funcionamento total.
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